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#Destaques | 21/12/2018

Claudir-de-boné

 

O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, lembrou nesta quarta-feira (19) a origem do pagamento do 13º salário e atribuiu a promulgação da lei federal nº 4.090, de 13 de julho de 1962, pelo ex-presidente João Goulart, o Jango, a uma intensa luta do movimento sindical. Ele gravou um vídeo que foi veiculado nas redes sociais para esclarecer os trabalhadores e as trabalhadoras.

 

“O 13º salário não caiu do céu. No final da década de 1950, diversas categorias lutavam por um abono natalino. Ocorreram passeatas em Porto Alegre e outras capitais. Muitos trabalhadores estavam cansados de, ao final do ano, receberem gorjetas de algumas empresas e não uma gratificação natalina. Eles queriam um salário a mais e foi o que conquistaram com muita mobilização”, explica o dirigente sindical.

 

Os metalúrgicos de Porto Alegre, segundo Nespolo, foram uma das categorias que se mobilizaram e conquistarem a inclusão do abono natalino no acordo coletivo. “Mas, em 1962, o Jango assinou a lei que garantiu esse direito a todos os trabalhadores do Brasil.”

 

“Na época, havia operários que faziam chacota dos metalúrgicos que participavam das manifestações, que também foram beneficiados com o 13º e acharam muito bom”, aponta o dirigente da CUT-RS ao criticar o individualismo que ainda hoje persiste dentro de ambientes de trabalho.

 

Injeção de R$ 211,2 bilhões na economia

 

Conforme a legislação, as empresas, os governos federal, estaduais e municipais e demais instituições de todo o país têm prazo até a meia-noite desta quinta-feira (20) para efetuar o pagamento da segunda e última parcela do 13º salário.

 

 

Segundo estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o pagamento do 13º deve injetar cerca de R$ 211,2 bilhões na economia brasileira até o final do ano, o que equivale a cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse dinheiro, além de favorecer os trabalhadores, aquece o comércio e a indústria e ajuda a girar a roda da economia.

 

Conquista ameaçada pelo governo eleito

 

Durante a campanha eleitoral, o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão (PRTB), chamou o 13º salário de “mochila nas costas de todo empresário”, diante de dirigentes lojistas de Uruguaiana. Ele disse que era “inconcebível” que uma empresa, que arrecada ao longo de 12 meses, pague um mês adicional aos seus funcionários.

 

Nespolo avalia que Mourão atacou os direitos trabalhistas e que isso deve colocar a classe trabalhadora de prontidão. “As elites fizeram a reforma trabalhista, legalizaram o bico com o trabalho intermitente e agora atacam o 13º e o adicional de férias”, alerta.

 

“Assim como no passado lutamos muito para obter essas conquistas, precisamos nos mobilizar no próximo período para evitar que elas sejam revogadas”, aponta o presidente da CUT-RS. “Venha com a gente para fortalecer as lutas e as conquistas coletivas”, conclui.

 

Assista ao vídeo do presidente da CUT-RS no link abaixo! 

 

https://bit.ly/2Csu7dR

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Publicado em:21/12/2018

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