Escrito por

#Destaques | 14/11/2018

 

Os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros estão demorando até dois anos para conseguir se recolocar no mercado de trabalho, milhões desistem depois de muito tentar. Outros só conseguem emprego porque aceitam vagas precarizadas, sem carteira assinada e, portanto, sem direitos como férias, 13º e seguro desemprego.

 

É o que mostra pesquisa divulgada nesta quarta-feira (14), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o instituto, a taxa de desemprego no terceiro trimestre deste ano ficou estável em 11,9% e atinge 12,5 milhões de pessoas. O que vem crescendo é o número de trabalhadores sem carteira assinada e os que estão fora do mercado de trabalho por um longo período: um a cada quatro desempregados procura emprego há mais de dois anos.

 

No terceiro trimestre deste ano, 3,197 milhões de trabalhadores estavam desempregados há dois anos ou mais, um acréscimo de 350 mil pessoas entre o mesmo período de 2017 e 2018. O número bateu novo recorde histórico e corresponde a 25,6% do total de desempregados do país.

 

O que também continua crescendo é o número de trabalhadores e trabalhadoras no setor privado sem carteira assinada, que aumentou 4,7%, o que significa que mais 522 mil brasileiros e brasileiras conseguiram empregos sem direitos.

 

Os menores percentuais de empregados com carteira no setor privado estavam nas Regiões Nordeste (58,7%) e Norte (60,7%); o maior estava no Sul (83,4%).

 

O estado brasileiro campeão dos sem carteira foi o Maranhão (48,9%), seguido pelo Piauí (45,9%) e Paraíba (45,1%). Já as menores taxas dos sem carteira assinada foram registradas em Santa Catarina (11,6%), Rio Grande do Sul (17,2%) e São Paulo (18,9%). Nesses estados, as taxas de carteira assinada são as maiores do país: 88,4%, 82,8% e 81,1%, respectivamente.

 

Das 92,6 milhões de pessoas ocupadas, 67,5% eram empregados, inclusive domésticos; 4,8% eram empregadores; 25,4% estavam trabalhando por conta própria; e 2,4% eram trabalhadores familiares auxiliares.

 

Trabalho por conta própria

 

O maior percentual de trabalhadores por conta própria foi registrado nas Regiões com as maiores taxas de desemprego, como o Nordeste, onde a taxa foi de 14,4% no terceiro trimestre. 29% dos nordestinos estavam trabalhando por conta própria no período pesquisado. A taxa é bem maior do que a de Santa Catarina, por exemplo, que é de 22,1%.

 

Subutilização da força de trabalho

 

De acordo com o IBGE, 27,32 milhões de pessoas (24,2% da força de trabalho do país) estão desocupadas ou subocupadas por insuficiência de horas – queriam trabalhar mais horas, mas não conseguem colocação.

 

O contingente de desalentados no terceiro trimestre de 2018 foi de 4,78 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade, um aumento de 12,6% em relação ao mesmo período de 2017, quando 4,24 milhões de pessoas estavam desalentadas.

 

Mulheres têm menor nível de ocupação que os homens

 

No terceiro trimestre de 2018, as mulheres eram a maioria da população em idade ativa tanto no Brasil (52,3%) quanto em todas as Grandes Regiões do país. Porém, entre as pessoas ocupadas, predominavam os homens no Brasil (56,3%) e em todas as Regiões, sobretudo no Norte, onde os homens representavam 60,2%.

 

O nível da ocupação dos homens no Brasil foi de 64,3% e o das mulheres de 45,4%, no trimestre encerrado em setembro deste ano. O comportamento diferenciado deste indicador entre homens e mulheres foi verificado nas cinco Grandes Regiões, com destaque para o Norte, onde a diferença entre homens e mulheres foi a maior (22,5 pontos percentuais), e para o Sudeste, com a menor diferença (18,2 pontos percentuais).

 

Já entre a população desocupada, no terceiro trimestre de 2018, as mulheres eram a maioria (51,1%). Em quase todas as Regiões, o percentual de mulheres na população desocupada era superior ao de homens. A exceção foi a Região Nordeste (47,7%). Na Região Centro-Oeste, o percentual das mulheres foi o maior: elas representavam 54,4% das pessoas desocupadas.

 

A taxa de desocupação no Brasil, no terceiro trimestre de 2018, foi de 11,9%, mas com diferenças significativas entre homens (10,5%) e mulheres (13,6%). As mulheres também se mantiveram como a maior parte da população fora da força de trabalho tanto no país (66,2%) quanto em todas as regiões.

 

Fonte: Marize Muniz – CUT Nacional

Fontes:

Publicado em:14/11/2018

Voltar

Notícias Relacionadas