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#Destaques | 18/06/2018

Reunidos na sede do Sindipolo, em Porto Alegre, integrantes dos 29 sindicatos filiados à Federação dos Metalúrgicos do RS avaliaram o andamento da Campanha Salarial 2018. O encontro, realizado no dia 14 de junho, ocorreu em paralelo com as eleições da FTMRS, que elegeu nova diretoria para o triênio 2018 – 2021.

 

 

Em campanha desde o final do mês de abril, os metalúrgicos do Estado enfrentam a resistência dos sindicatos patronais em discutir melhorias nas cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho, assim como em conceder aumento real frente o baixo índice de INPC (1,69%) ou debater a inclusão de um auxílio econômico mensal (vale-alimentação) que amenize os impactos do aumento do custo de vida.

 

 

Para o secretário de comunicação da entidade, Milton Viário, a tentativa da categoria é de valorizar o que está previsto na CCT, hoje um instrumento balizador das relações de trabalho. “A mesa patronal precisa entender que a Convenção Coletiva só existe por meio das negociações entre os sindicatos dos trabalhadores e dos empresários. Todo mundo perde se isso acabar, principalmente os trabalhadores”.

 

 

Dentre os pontos que se busca garantir, seja em acordo coletivo ou em CCT, está o direito dos trabalhadores(as) à conferência das homologações de contrato de trabalho junto aos sindicatos. Neste caso, a proposta patronal está condicionada à efetivação da quitação anual dos contratos, prevista na Lei 13.467/17 (Reforma Trabalhista), que configura no encerramento de qualquer pendência trabalhista entre as partes em referido ano. Esta por sua vez, necessita do aval dos sindicatos, que atualmente, em posição contrária à Reforma, se negam a fazer.

 

 

Os outros pontos que entram na tentativa de negociação estão relacionados a garantia de sindicalização e sustentação dos sindicatos, ao movimento de rotatividade e terceirização dentro das empresas, aos acordos coletivos e às cláusulas relacionadas às férias e às condições de trabalho das gestantes.

 

 

Reparação de Veículos com retirada de insalubridade

 

 

Para os trabalhadores(as) das oficinas reparadoras de veículos, a proposta de reajuste chegou aos 2,5%, que representa um pequeno ganho real nos salários. No entanto, os entraves da mesa, segundo o dirigente João Batista Massena, estão na tentativa de mudanças no pagamento de adicional insalubridade. “Os patrões querem mudar a base de cálculo, hoje feita pelo piso da categoria. Agora, querem se referenciar no salário mínimo nacional”.

 

 

Sem valorização dos salários

 

 

Diferente da Reparação de Veículos, os sindicatos patronais metalúrgicos relutam em debater qualquer valorização de ganhos. Com o INPC calculado em 1,69%, a categoria pede a reposição das perdas e um aumento real de 2,5%. No entanto, nas reuniões realizadas até agora, os debates não foram prolongados ou a demanda não foi minimamente atendida.

 

 

Neste sentido, o conjunto de metalúrgicos decidiu intensificar as mobilizações nas fábricas. “Nas próximas semanas, temos que dialogar com os trabalhadores e trabalhadoras de perto, esclarecer os entraves da patronal e convocar uma forte mobilização para mudar os rumos da campanha”, defendeu Jairo Carneiro, presidente da Federação. Ele ainda reforçou a necessidade de uma campanha ampla, com ênfase em pautas da conjuntura política nacional e com reforço na defesa do Direitos Humanos.

 

 

Lírio Segalla, atual presidente dos metalúrgicos de Porto Alegre, defendeu que os trabalhadores(as) estão com os Sindicatos. “A categoria já aprovou a pauta e provou que quer lutar pela valorização e pela garantia dos direitos. Agora, é nosso dever validar o andamento da campanha na porta das fábricas, em assembleias, e decidir junto com os trabalhadores os rumos da campanha”.

 

 

No fim do encontro, a chapa encabeçada pelo dirigente, foi eleita com 96,8% dos votos para a nova direção. “Tenho orgulho de ser metalúrgico e acredito que nós temos um papel importante no país, somos pilar de sustentação da Central Única dos Trabalhadores”. Segalla também elogiou a atuação da assessoria jurídica, realizada pelo escritório Woida, Magnago, Skrebsky, Colla & Advogados Associados: “Poucas entidades tem a oportunidade de contar com um escritório jurídico atuante, sempre presente nas mesas de negociações e nas plenárias, verdadeiramente comprometido com a luta da categoria metalúrgica”, finalizou .

 

 

Fonte: Rita Garrido / STIMMMEC

 

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Publicado em:18/06/2018

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