#Notícias | 23/01/2018
Texto: Sul21
Fotos: Matheus Leandro/STIMMMEC
A manhã desta terça-feira (23) deveria ter começado com o Encontro de Mulheres pela Democracia com Lula na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. No entanto, um corte no fornecimento de energia atrasou em mais de duas horas o início dos seminários que reuniriam nomes como a senadora e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, a ex-ministra de Políticas para Mulheres Eleonora Menicucci e a ex-presidente Dilma Rousseff. O ato acabou acontecendo em um caminhão de som, em frente à Assembleia, onde Dilma iniciou sua fala criticando a falta de luz na AL-RS. “Desde que eu estou aqui no Rio Grande do Sul, e lá se vão uns 50 anos, a Assembleia Legislativa não teve energia elétrica [pela primeira vez] pra receber um ato democrático (…) Nós mulheres demonstramos mais uma vez, junto com todos os companheiros que estão aqui nos prestigiando, que nós sabemos resistir”, afirmou a ex-presidenta.
O evento faz parte do programa de manifestações pela absolvição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Por conta dos cortes de luz, o Teatro Dante Barone da Assembleia se esvaziou. As pessoas foram para a rua e transformaram o encontro no Ato de Mulheres pela Democracia.
Um carro de som chegou, rapidamente, ao entorno da Praça da Matriz. Ali, além de Dilma, falaram lideranças como a deputada federal Maria do Rosário (PT), que afirmou que as mulheres presentes se posicionavam contra a agenda de ação do governo Temer – responsável por ações como a PEC 181. “A defesa dos direitos femininos significa desenvolvimento social e a defesa da democracia com mais liberdade e mais autonomia”, afirmou. As deputadas federais Benedita da Silva (PT), Manuela D’Ávila (PCdoB) e Alice Portugal (PCdoB) também estiveram presentes.
Dilma foi a última a se manifestar, chegando através de um cordão de segurança composto apenas por mulheres civis. Ela defende que o processo, iniciado em seu impeachment, seguiu seu curso com as propostas do governo Temer – como o fim do programa Aqui Tem Farmácia Popular, o sucateamento do Mais Médicos e de outras iniciativas sociais. Para Dilma, isso atende a interesses internacionais, ignorando “o que é melhor para o povo”. “A terceira parte desse processo se consolida com a condenação de Lula e sua impossibilidade de concorrer. Eles não têm candidatos. E não sabem que política social nesse país se faz para milhões, não para algumas dezenas”, afirma.