#Notícias | 04/08/2017
Trabalhadores e trabalhadoras de todos os cantos do país não se deram por vencidos após a aprovação e sanção da Reforma Trabalhista. No dia 20 de julho, data convocada pelas centrais sindicais para lutar contra as reformas neoliberais, pela queda de Temer e por Diretas Já, milhares foram às ruas mostrar que a classe trabalhadora continua na luta para reverter o atual cenário político e social do país.
Os sindicatos, que durante a tramitação do projeto foram apontados como “vilões” e “inimigos” dos(as) trabalhadores(as) apenas para mascarar as verdadeiras ameaças à CLT, hoje analisam e articulam estratégias para amenizar os impactos que as mudanças causarão. Dentre elas, o fortalecimento dos vínculos com os movimentos sociais e populares, o reforço das entidades sindicais combativas e a conscientização da classe trabalhadora frente à importância das categorias terem um sindicato de representação.
Para reforçar um posicionamento já antigo, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) tem reafirmado em suas publicações não temer o fim do imposto sindical, pois sempre defendeu o autofinanciamento. “Vamos tratar esse tema como sempre tratamos, sempre defendemos o autofinanciamento das centrais e sindicatos baseados numa contribuição dos trabalhadores aprovada de forma democrática e consciente. Acreditamos que esse é o principal momento de reforçarmos as campanhas de sindicalização, nossos princípios e fazer com que a sustentação financeira venha a partir da iniciativa dos trabalhadores”, afirmou o secretário de Administração e Finanças da Central, Quintino Severo.
Além da representação nas negociações coletivas e salariais, os sindicais estiveram à frente de grandes conquistas para a classe trabalhadora, como o 13º salário, o direito a férias, licença-maternidade, vale-refeição e planos de saúde. Estes e tantos outros, hoje ameaçados ou extintos pela aprovação da Reforma Trabalhista, foram obtidos depois de muitas lutas e negociações conduzidas pelas entidades sindicais.
Paulo Chitolina, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, acredita que o momento é de renovar ideias e ações junto aos trabalhadores. “Temos em nossas mãos um desafio que não é de hoje, mas que se tornou urgente com a queda da CLT”, disse. “Temos que trabalhar a conscientização de classe, a necessidade da representação nas negociações e a importância de se ter uma sede que acolha todos: homens, mulheres, jovens e aposentados”.
Empresas também são filiadas a Sindicatos
Um aspecto em geral pouco lembrado em discussões a respeito de sindicalização é o fato de empregadores também se organizarem em sindicatos patronais para defender seus interesses. Atualmente, há 6 mil deles no país. A Fiesp, por exemplo, reúne 131 sindicatos patronais que representam 150 mil empresas de todos os portes.
Em nossa base, o Sindicato Patronal das Indústrias Metalúrgicas de Canoas (Simecan) é o representante das empresas. A entidade sindical, com o aval das metalúrgicas, elaborou e divulgou um documento de apoio à Reforma Trabalhista, citando alguns “mitos” ditos pelos sindicatos dos trabalhadores e “esclarecendo” as reais intenções do projeto. O documento foi enviados às empresas e divulgado nos murais. No entanto, nosso sindicato tratou de desmentir e esclarecer a categoria com um material embasado e construído em conjunto com a assessoria jurídica da nossa entidade.
Hoje, com a reforma aprovada, é preciso mais do que nunca que a categoria metalúrgica compreenda a necessidade de mantermos nosso Sindicato unido e fortalecido. Se a classe empresarial tem a consciência de organização por meio de suas entidades sindicais, a classe trabalhadora também deve manter suas entidades de luta e representação nesta disputa.
Fonte: Rita Garrido / STIMMMEC