#Notícias | 03/08/2017
03/08/2017
Como já era esperado, o mesmo Congresso que destituiu uma presidenta legítima sem que ela tivesse cometido crime algum, inocentou o presidente corrupto Michel Temer do PMDB. Nessa quarta-feira (2), a Câmara dos Deputados não concedeu autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) receba a denúncia por corrupção passiva contra o presidente golpista Michel Temer (PMDB).
O impedimento para que a investigação tivesse prosseguimento era esperado, pois a base do governo é superior aos 172 votos necessários para salvar Temer das mãos do STF. Sabendo da “vitória” do pemedebista, a oposição tentou adiar a votação não marcando presença na tentativa de não atingir o quórum de 342 parlamentares presentes, número necessário para o início da votação. A estratégia não teve sucesso. Passava das 18h quando o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) deu como aberta a votação.
Marcada por tumultos e ofensas entre parlamentares da base aliada e da oposição, a sessão foi encerrada pouco antes das 22h, após os votos de 492 deputados: 263 se posicionaram a favor do relatório de Abi-Ackel e 227, contra, 19 ausentes, outros dois se abstiveram.
Apesar das posições já esclarecidas de alguns partidos – como PT, PCdoB, PSOL e Rede, que foram unânimes no voto contra Temer, houve algumas surpresas de última hora. A líder do PSB na Câmara, Tereza Cristina (MS), usou o tempo de discurso de liderança para orientar sua bancada a votar “não”, mas ela mesma acabou votando “sim”, contra a acusação.
O próprio partido de Temer, o PMDB, não votou com unanimidade, pois seis deputados da legenda votaram contra o presidente. O PSDB, aliado do governo, também se mostrou bastante dividido. A liderança liberou a bancada para votar individualmente, apesar de encaminhar o voto “Não”.
Bancada gaúcha
Depois da votação de ontem fica difícil para a ala do PMDB do Rio Grande do Sul continuar defendendo a tese de que o partido no estado gaúcho é diferente do PMDB nacional. Os deputados Pemedebistas gaúchos votaram todos a favor da denúncia, inocentando Temer antes de qualquer investigação, deixando claro que o PMDB de Temer é o mesmo de Sartori, Fogaça, de Jones Martins, Darcísio Perondi, mauro Pereira e de Osmar Terra.
Antes pela família agora pela instabilidade financeira
No dia 17 de abril de 2016, quando o Congresso Nacional optou por tirar Dilma da presidência do Brasil, as justificativas dos votos eram as mais “bizarras” possíveis: pelo futuro do Brasil, por meus filhos, pela minha família e até mesmo por Deus, foram frases proferidas por diversos parlamentares.
Na votação que salvou Temer, os mesmos deputados amenizaram as denúncias contra o presidente golpista, alegando que o Brasil não poderia passar por outro período conturbado ao depor um presidente. A justificativa dada por grande parte dos aliados do governo para a permanência de Temer foi a de que o país passa por um processo de crescimento e que no momento não se pode dar estabilidade ao mercado. Assim, ignoraram a denuncia de corrupção passiva feita pela Procuradoria Geral da Republica.
Antes da votação
Nas vésperas da votação o governo Temer exonerou ministros para que os mesmos voltassem aos cargos de deputados e votassem pelo arquivamento da denúncia contra ele. Na manhã de hoje (3) um dia após a votação os ministros Antonio Imbassahy, chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República; José Mendonça Filho, do Ministério da Educação; Bruno Cavalcanti Araújo, do Ministério das Cidades; Fernando Bezerra, do Ministério de Minas e Energia; Osmar Terra, do Ministério do Desenvolvimento Social; Leonardo Picciani, do Ministério do Esporte; José Sarney Filho, do Ministério do Meio Ambiente; Ronaldo Nogueira, do Ministério do Trabalho; Marx Beltrão, do Ministério do Turismo; e Maurício Quintella, do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, reassumiram o cargo.
Para conseguir ir até o final do mandato, nos últimos meses o presidente Michel Temer (PMDB) tem utilizado estratégias para conseguir o apoio do Congresso Nacional. Além da liberação de emendas, o governo tem redistribuído os cargos comissionados, retirando indicações de quem deixa de apoiar o governo e entregando para quem segue fiel ao presidente.
Veja abaixo como votaram os deputados gaúchos.
VOTO NÃO (Aceitação da denúncia)
Afonso Hamm (PP) – NÃO
Afonso Motta (PDT) – NÃO
Elvino Bohn Gass (PT) – NÃO
Carlos Gomes (PRB) – NÃO
Danrlei de Deus Hinterholz (PSD) – NÃO
Dionilso Marcon (PT) – NÃO
Heitor Schuch (PSB) – NÃO
Henrique Fontana (PT) – NÃO
Jerônimo Goergen (PP) – NÃO
João Derly (REDE) – NÃO
Jose Stédile (PSB) – NÃO
Luis Carlos Heinze (PP) – NÃO
Marco Maia (PT) – NÃO
Maria do Rosário (PT) – NÃO
Onyx Lorenzoni (DEM) – NÃO
Paulo Pimenta (PT) – NÃO
Pepe Vargas (PT) – NÃO
Pompeo de Mattos (PDT) – NÃO
SIM (pelo arquivamento da denúncia)
Alceu Moreira (PMDB) – SIM
Cajar Nardes (PR) – SIM
Covatti Filho (PP) – SIM
Darcísio Perondi (PMDB) – SIM
José Fogaça (PMDB) – SIM
José Otávio Germano (PP) – SIM
Mauro Pereira (PMDB) – SIM
Osmar Terra (PMDB) – SIM
Renato Molling (PP) – SIM
Ronaldo Nogueira (PTB) – SIM
Sérgio Moraes (PTB) – SIM
Yeda Crusius (PSDB) – SIM
Ausente
Giovani Cherini (PR)
Fonte: Stimmmec