#Notícias | 26/06/2017
Depois de 10 reuniões de negociação, as comissões que representam os/as trabalhadores/as e a empresa não chegaram a um acordo de Propar – a PLR da Agco – e geraram um impasse.
De um lado, a empresa propondo um gatilho de produtividade bastante alto de 63,86% e indicadores que dificultam ainda mais o atingimento das metas, e, de outro, a comissão dos trabalhadores, propondo um gatilho um pouco menor e rejeitando os percentuais dos indicadores impostos pela empresa por causa de inúmeros fatores, entre os quais a conjuntura adversa e a nova linha de montagem, para a qual não houve o devido treinamento dos funcionários, fator que pode afetar o Propar porque pode haver falta de peças, mais retrabalho e mais horas extras.
Assim, uma assembleia com duração de mais de uma hora e meia foi realizada na manhã de hoje em frente à empresa, momento em que membros da comissão e da direção do sindicato esclareceram os pontos da negociação e desconstituíram o argumento patronal de que estariam sendo intransigentes nas negociações do Propar.
“Apesar de a empresa ter nos últimos dias modificado o peso de alguns indicadores, a comissão dos trabalhadores entende que a proposta da Agco está muito abaixo do mínimo aceitável. Com esse gatilho de produtividade, há um risco muito grande – pra não dizer quase certo – de que os trabalhadores e trabalhadoras não recebam nada de Propar”, declarou o vice-presidente Silvio Bica, um dos membros da comissão de trabalhadores.
Mediação no TRT
Para surpresa de todos, enquanto era realizada a assembleia, uma ligação telefônica deu conta para os membros da comissão e da direção do sindicato de que a empresa, na sexta-feira passada, teria corrido pra baixo das longas togas pretas da Justiça do Trabalho. Ou seja, a empresa teria mais uma vez encerrado unilateralmente as negociações e pedido a intervenção do Tribunal Regional do Trabalho, que deve proceder uma audiência de mediação em breve.
“A mediação de acordo de participação de lucros e/ou resultados no tribunal é fato inédito aqui na nossa base metalúrgica. Sempre houve por parte das comissões – e na Agco não foi diferente, em anos anteriores – o bom senso entre as partes, que sentaram junto à mesa de negociação, dialogaram e chegaram a bons acordos para ambas partes. Infelizmente, esta tradição foi rompida e prova que a intransigência estava do lado patronal, que não teve peito e argumentos para continuar negociando com a gente, preferindo buscar a ajuda de magistrados que, embora bem-intencionados, talvez não vão entender o quão podem ser inatingíveis as metas impostas pela empresa”, disse Silvio Bica.
Fonte: Geraldo Muzykant / STIMMMEC