#Destaques | 16/03/2017
No Dia Nacional de Paralisações Contra a Reforma da Previdência, realizado nessa quarta-feira (15) em todo o país, Canoas registrou desde as primeiras horas da manhã intensas mobilizações. Desde paralisações nas principais metalúrgicas da cidade até uma grande marcha que percorreu as ruas do centro da cidade com a participação de milhares de pessoas.
Lideranças sindicais, políticas e dos movimentos sociais articularam nas últimas semanas, uma intensa campanha no município. A criação do Comitê Sindical Popular Contra a Reforma da Previdência e em Defesa dos Direitos Trabalhistas mobilizou ainda mais a população, que além de mostrar amplo interesse no assunto, confirmou participação caso uma grande mobilização ocorresse.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, Paulo Chitolina, foi um dia vitorioso para a classe trabalhadora, pois “os sindicatos conseguiram ampliar a luta para além de suas bases”. A entidade, que também compõem o Comitê Sindical Popular Contra a Reforma da Previdência, realizou assembleias simultâneas em quatro grandes empresas da base: General Eletric (GE), Midea Carrier, Maxiforja e AGCO. Esta última, contou com a adesão dos(as) trabalhadores(as)da GE, que se mobilizaram até os portões da AGCO e participaram de uma assembleia unificada.
Em frente às empresas, os dirigentes sindicais ressaltaram a importância do dia e da luta contra as reformas impostas pelo governo de Temer, em especial, a Reforma da Previdência. Para a categoria metalúrgica, assim como para milhões de brasileiros, a obrigatoriedade de contribuir por 49 anos ininterruptos para adquirir aposentadoria integral é uma missão impossível.
“Com essas medidas, alguns vão se dar bem. Os bancos, por exemplo, que vão vender previdência privada e depois de anos recebendo contribuição, decretam falência e não pagam ninguém”, lembrou o dirigente Flavio Souza.
Os deputados e senadores que apoiam as reformas propostas por Temer e estão estampados nos informativos da campanha nacional contra a reforma, também foram lembrados em frente às fábricas, entre eles os gaúchos Ana Amélia Lemos (PP), Lasier Martins (PSD) e Yeda Crusius (PSDB). “Toda essa turma vota contra a classe trabalhadora, mas no ano que vem, vão estar aqui na porta das empresas dando tapinha nas costas dos trabalhadores e dizendo que estão do nosso lado e são nossos defensores”, destacou o vice-presidente Silvio Bica.
Durante toda a quarta-feira, metalúrgicos de 21 municípios do Estado realizaram mobilizações em suas bases, totalizando mais de 20 mil trabalhadores da categoria se somando à mobilização nacional, segundo levantamento da Federação dos Metalúrgicos da CUT (FTMRS).
Marcha histórica no centro da cidade
Para confirmar a força de mobilização da cidade, às 9h da manhã o calçadão do centro de Canoas já havia sido tomado por trabalhadores e trabalhadoras que se preparavam para uma grande marcha. Convocada pelo Comitê Sindical Popular Contra a Reforma da Previdência, o ato contou com a adesão de cerca de 2 mil pessoas e percorreu as ruas do centro até o momento em que adentrou a BR 116 para chegar à Avenida Inconfidência, rua que está localizada a sede da Previdência Social.
No percurso, muitos aderiram à caminhada e/ou deram sinal de apoio, com buzinaços, punhos erguidos ou gritos contrários à reforma. Integrantes do Comitê guiaram a marcha e fizeram paradas estratégicas, na Prefeitura e na Câmara de Vereadores, para realizar a entrega de uma carta aberta sobre a PEC 287/2016, cobrando posicionamento e ações em relação ao tema.
Próximo às 11h, já em frente à sede da Previdência, lideranças fizeram falas e reforçaram o sucesso da mobilização em Canoas, cidade que teve importantes lutas pela garantia de direitos básicos, como moradia, trabalhistas e sociais, principalmente nos anos de 1980 e 1990.
No encerramento da marcha, uma comissão do comitê popular adentrou no prédio da previdência onde foi entregue a carta a um representante da entidade. “É importante que essa luta não termine aqui, não podemos acreditar nesse discurso de que 76% dos aposentados que ganham um salário mínimo irão quebrar a previdência. Quem quebra a previdência são as empresas multinacionais que descontam dos trabalhadores, mas não repassam para o governo”, finalizou Chitolina.
Confira a galeria completa da Marcha Contra a Reforma da Previdência aqui
Fonte: Rita Garrido / STIMMMEC