#Destaques | 15/03/2017
A manhã desta quarta-feira (15) ficará marcada na história das lutas sociais do cidadão canoense. Trabalhadores, sociedade civil, sindicatos e lideranças políticas tomaram as ruas do centro de Canoas para impedir que o congresso nacional aprove a PEC 287/2016, referente à Reforma da Previdência Social.
O dia de mobilização e paralisação, que ocorre em todo o país, começou cedo na porta das fábricas, onde os dirigentes sindicais realizaram assembleias, dialogando com a categoria metalúrgica sobre os retrocessos que, se aprovadas, essas medidas podem trazer aos trabalhadores.
Conforme convocação feita pelo Comitê Sindical e Popular Contra as Reformas Trabalhistas e da Previdência, às 9 horas os trabalhadores(as), aposentados e pensionistas de diversas categorias se encontraram do Calçadão do centro de Canoas para darem início a uma grande marcha pelas ruas da cidade. “O presidente da Câmara nunca pegou em uma ferramenta, é filho de pai rico e por isso quer acabar com CLT”, disse Flávio Souza, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita (STIMMMC), referindo-se ao presidente da Câmara Rodrigo Maia (PMDB).
Os cerca de dois mil trabalhadores saíram do calçadão, ingressaram na Avenida Victor Barreto, passando pelas ruas Muck e 15 de Janeiro, até chegarem à Prefeitura Municipal, onde seria entregue ao Prefeito Luiz Carlos Busato a carta aberta contra a PEC 287, que trata da reforma da previdência. Alegando que estava cumprindo uma agenda, o prefeito enviou um representante para receber o documento. “É muito importante que essa carta chegue até as mãos do Prefeito Busato, ele é do mesmo partido (PTB) do Ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira. Queremos saber se ele está contra a população de Canoas que o elegeu”, falou Paulo Chitolina, presidente do STIMMMC.
O Deputado Nelsinho Metalúrgico (PT) saudou a mobilização da população canoense contra os retrocessos que o governo golpista de Michel Temer quer impor à classe trabalhadora. “Hoje é um dia histórico para essa cidade, metalúrgicos, rodoviários, educadores e outros movimentos sociais e sindicais, se envolveram nesta grande manifestação. Não aceitamos que joguem nas nossas costas os problemas do país. Somos nós que geramos a riqueza deste país”, enfatizou Nelsinho.
Já em frente à Câmara dos Vereadores, a representante do Cáritas, Roseli Dias, lembrou que a reforma da previdência afeta a todos, mas as mulheres de forma mais grave. “É maravilhoso ver essa mulherada na luta. Porque essa reforma afeta a todos, mas principalmente mulheres e jovens”, ressaltou Roseli.
Representantes do legislativo municipal estiveram presentes
Os vereadores Ivo Fiorotti, Maria Eunice, Emílio Neto (PT), Dário (PDT), Aloísio Bamberg (PCdoB), participaram da marcha contra as reformas trabalhistas e da previdência. A vereadora Maria Eunice lembrou que as lutas das mulheres sempre foram históricas e que desta vez não é diferente. “Mesmo trabalhando muito e em jornadas duplas, as mulheres lutaram muito, e desta vez não vai ser diferente, ou não só as mulheres, mas a juventude perderá muito. Precisamos lutar até o fim”, falou a vereadora.
O presidente da Comissão Popular Contra a Reforma da Previdência, vereador Ivo Fiorotti, falou que a tentativa de acabar com a previdência pública social é favorecer os bancos privados. “Eles querem acabar com a previdência social para nós migrarmos para uma previdência privada. Quem garante nossos direitos se esses bancos quebrarem?” questionou Fiorotti.
O presidente da câmara dos vereadores Juares Hoy (PDT), ao receber a carta aberta contra a reforma da previdência, se posicionou totalmente contrário aos planos do governo Temer. “É importante essa luta social, o Brasil não pode tirar o Temer de lá, temos que derrotar ele. O PDT tem que entrar nessa caminhada, o Temer quer fazer essa reforma porque nunca trabalhou na vida. Hoje a população canoense mostra de forma pacífica e ordeira o caminho do Brasil”, concluiu o presidente da câmara.
Caminhada terminou no INSS
A marcha seguiu em direção à BR-116, onde os manifestantes trancaram a via por cerca de 5 minutos e se direcionaram até o prédio da Previdência Social, na avenida inconfidência. Antes do encerramento da marcha, uma comissão do comitê popular adentrou no prédio da previdência onde foi entregue a carta a um representante da entidade. “É importante que essa luta não termine aqui, não podemos acreditar nesse discurso de que 76% dos aposentados que ganham um salário mínimo irão quebrar a previdência. Quem quebra a previdência são as empresas multinacionais que descontam dos trabalhadores, mas não repassam para o governo”, finalizou Chitolina.