#Notícias | 08/03/2017
Os trabalhadores metalúrgicos do Rio Grande do Sul estiveram reunidos, na manhã da última terça-feira (7), na Plenária Estadual da Federação dos Metalúrgicos RS (FTMRS), em Porto Alegre, na qual definiram ações relativas à campanha salarial 2017, às mobilizações para barrar a Reforma da Previdência, e ao enfrentamento de problemas como a proibição da cobrança da contribuição assistencial, significativa para a sobrevivência dos sindicatos e para a garantia da defesa dos direitos dos trabalhadores.
“Enfrentamos uma conjuntura muito especial, de problemas com a economia, com a legislação, e de insegurança jurídica. Acreditamos que há um empuxe para atacar o movimento sindical, que ainda é o lugar de resistência dos trabalhadores”, afirma o presidente da Federação dos Metalúrgicos, Jairo Carneiro, dando como exemplo a luta dos trabalhadores contra a Reforma da Previdência. Nesse contexto, a plenária ganhou novos contornos. Além da prestação de contas e da pauta de reivindicações para a campanha salarial de 2017, o foco está nas mobilizações do dia 15 de março, a fim de barrar a reforma proposta pelo governo.
A análise de conjuntura apresentada pelo Dieese mostra que há espaço para negociação. A conjuntura econômica mostra certa estabilização na queda e expectativa pela retomada do crescimento, um cenário mais otimista que o de 2016. “Há, sim, dificuldades, mas para os empresários a economia está crescendo. Eles economizaram 12% na folha de pagamento com a substituição de trabalhadores por outros com salários menores. Isso nos dá condições de discutir aumento real de salário”, defende Jairo.
A segunda questão levantada pelo presidente da FTMRS é a legislação: “Temos que garantir a legislação protetiva, não podemos voltar à Idade Média. A terceirização talvez seja a representação mais drástica dessa visão. Temos que enfrentar essa discussão.”
Jairo Carneiro afirma que toda a conjuntura adversa – as reformas da Previdência e Trabalhista e a proibição do sindicato cobrar taxas dos trabalhadores do setor – é interessante no aspecto de formação dos trabalhadores, que deverão ser muito mais representativos e organizados. “Muitas vezes o cenário nos obriga a avançar, e é isso que vamos fazer. O movimento sindical tem que ser muito mais abrangente do que é, e somos capazes de fazer isso. A Federação trabalha muito a formação no sentido capacitar e fazer com que os dirigentes entendam o papel do sindicalista: de agentes políticos da mudança para um mundo melhor.”
Fonte: FTMRS