#Destaques | 26/01/2017
A Pesquisa de Emprego e Desemprego da Região Metropolitana de Porto Alegre (PED-RMPA), divulgada na quarta-feira (25) pela Fundação de Economia Estatística (FEE), aponta que houve retração de 4,7% no nível ocupacional na região e que o número de ocupados diminuiu em 83 mil, o que é a maior queda desde que a pesquisa foi iniciada, em 1993. A taxa de desemprego total na população saltou de 8,7%, em 2015, para 10,7%, em 2016. Os setores da economia que mais fecharam postos de trabalho foram o de serviços (menos 52 mil) e indústria de transformação (menos 21 mil).
De acordo com o levantamento, também foi registrada uma acentuada queda no rendimento médio real dos ocupados (8%) e dos assalariados (7,3%). Em 2016, o rendimento médio real passou a corresponder a R$ 1.945, e o salário médio real, a R$ 1.905, sendo o menor salário médio real desde o início da série em 1993.
A economista da FEE Iracema Castelo Branco afirma que o aumento da taxa total de desemprego só não foi maior porque muitas pessoas deixaram o mercado de trabalho. “Caso não tivéssemos a diminuição da força de trabalho com a saída de 50 mil pessoas do mercado de trabalho, a taxa de desemprego teria sido ainda mais elevada. Destaca-se que a População em Idade Ativa (PIA) — indivíduos com 10 anos ou mais — apresentou variação positiva de 0,4% em 2016, chegando a 3.556 milhões de indivíduos. Já a PEA, que corresponde à força de trabalho, ou seja, à parcela da PIA que se encontra ocupada ou desempregada, evidenciou redução (-2,6%), passando para 1.888 milhão de pessoas. Em decorrência desses comportamentos, a taxa de participação diminuiu de 54,7% em 2015 para 53,1% em 2016, situando-se no menor nível de toda a série histórica da pesquisa”, explica.
Iracema ainda pondera que os dados revelam que os postos de trabalho que estão sendo eliminados são aqueles de maior qualidade, como o assalariado com carteira assinada, “indicativo de um processo de precarização do mercado de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre”.
Dezembro
Em dezembro de 2016, a taxa de desemprego total manteve-se praticamente estável, passando de 10,8% para 10,7% da PEA. A taxa de desemprego aberto teve redução de 9,3% para 9,0% da PEA, enquanto a taxa de desemprego oculto registrou comportamento antagônico, uma vez que aumentou de 1,4% para 1,7%.
Fonte: Sul 21