#Destaques | 29/09/2016
Nesta quinta-feira (29), mobilizações foram convocadas em todo o país decretando o Dia Nacional de Paralisação dos Metalúrgicos
Trabalhadores/as metalúrgicos/as da Maxiforja reuniram-se com os representantes sindicais na manhã de quinta-feira, 29, para discutir as propostas de reformas trabalhistas e previdenciárias que estão sendo colocadas pelo governo golpista de Michel Temer.
De acordo com o Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, Paulo Chitolina, a principal bandeira da mobilização é a denúncia das medidas que vêm sendo anunciadas por Temer em relação à reforma trabalhista e previdenciária. “Os empresários apoiaram o golpe dado na presidenta Dilma e agora estão cobrando o preço. O governo Temer quer tirar direitos dos trabalhadores para agradar os empresários, vamos mostrar para FIERGS e FIESP que o trabalhador não vai pagar esse pato”, disse Chitolina. “A lei das terceirizações já passou pelo congresso nacional e já está no senado, se nós ficarmos quietos para isso ela será aprovada e quem ganhará com isso será o patrão”, concluiu o presidente.
O dirigente sindical da Maxiforja Gilmar Kenne, ressalta que as propostas do governo, que inclui uma jornada de 60 horas semanais, irão impedir que o trabalhado evolua intelectualmente. “Eles não querem que o trabalhador tenha tempo para estudar e nem para pensar, isso facilitaria a vida dos governantes. Como um peão vai sentar num banco de escola depois de trabalhar 12, 16 horas por dia?” Questiona.
Para o dirigente sindical Antônio Munari, essa mobilização da classe metalúrgica que ocorre nesta quinta-feira, é uma amostra que o trabalhador está junto na luta porque sabe o caminho que tem que seguir. “É uma paralisação só de uma hora, mas mostra que o trabalhador está unido na luta contra esse governo que está tirando nossos direitos”, falou Munari. “Queremos contribuir com crescimento do país, mas também queremos parte desse lucro”, concluiu. Segundo o dirigente as empresas estão crescendo nas custas do trabalhador, mas pouco aumento no salário dos funcionários ou na contratação de mão-de-obra. “Trabalho há 30 anos na Maxiforja e nunca passa do número de 500 trabalhadores, mesmo assim o governo trabalha para tirar direitos em pró do empresário”, disse Munari.
Reforma da Previdência
A reforma da Previdência Social tem como principal argumento a necessidade de equilibrar as contas do governo. Há anos, os gestores, a mídia e os setores empresariais repetem que há um rombo nas contas da Previdência e que isso é ocasionado pela quantidade de trabalhadores que são assegurados por serem aposentados ou por terem algum tipo de doença. “Essa história de que a previdência está quebrada pelo número de trabalhadores beneficiados não é verdadeira, o problema são estas empresas sonegadoras de impostos, mas com estas o governo não mexe, quer tirar do trabalhador”, lembra Chitolina. O dirigente Gilma também abordou o assunto. “Esse projeto de lei quer que o trabalhador se aposente aos 65 anos, um empresário não vai querer um peão de 64 anos trabalhando numa forjaria, onde esse cara vai trabalhar? Vai ficar desempregado e passando necessidade?”
Há pelo menos duas semanas as centrais sindicais e os sindicatos vinham noticiando a mobilização desta quinta-feira. Mesmo assim a Maxiforja optou por suspender o café da manhã dos trabalhadores devido ao horário de ingresso na fábrica que ocorreu às 08h30min. A direção do sindicato repudiou a atitude. “A mobilização nacional era contra as reformas trabalhistas, lamentamos que a empresa tenha punido o trabalhador tirando o café da manhã”, disse Chitolina.
Fonte: STIMMMEC