#Destaques | 11/07/2016
Visando apenas interesses financeiros, empresários reforçaram a falta de compromisso com a classe trabalhadora
Ocorreu na última sexta-feira, dia 8, um encontro entre o presidente interino Michel Temer e empresários do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). Na ocasião, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, disse que para o governo melhorar a situação do déficit fiscal, serão necessárias “mudanças duras” tanto na Previdência Social quanto nas leis trabalhistas.
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Desde que tomou o poder através de um golpe de estado, o governo de Temer tem sugerido propostas que atacam direitos trabalhistas, assim como o bem estar dos trabalhadores (as) do país. A chamada “Ponte para o Futuro”, proposta peemedebista anterior ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, já visava atacar direitos e beneficiar o empresariado.
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A equiparação de uma idade mínima para aposentadorias de homens e mulheres ou ainda, reformas trabalhistas com o objetivo de sobrecarregar a carga horária de trabalhadores (as) e reduzir direitos, são pautas que estão sendo pressionadas pelos empresários que, de maneira infeliz, espelham-se nas reformas propostas neste ano pelo governo da França.
De forma equivocada, o presidente da CNI abordou a possibilidade de se atingir até 80 horas semanais de trabalho na França, sendo que a proposta original é de 60 horas. Atualmente, a carga horária dos franceses é de 36 horas semanais e as propostas apresentadas pelo então governo de François Hollande resultaram em inúmeros protestos pelo país da classe trabalhadora.
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Sem citar ou levar em consideração a revolta dos franceses frente às propostas de reforma, Robson Andrade ainda defendeu a implementação de reformas trabalhistas além de um aumento de jornada. Para ele, o empresariado está “ansioso” para que essas mudanças sejam apresentadas “no menor tempo possível”.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, Paulo Chitolina, reforça a luta dos sindicatos que há anos tentam reduzir a jornada de trabalho para 40 horas semanais: “Seja 80 ou 60 horas semanais, isso vai completamente contra a luta sindical. A fala do presidente da CNI só reforça a falta de compromisso que estes empresários tem com o bem estar e a saúde, física e mental, dos(as) trabalhadores(as)”. Chitolina ainda reforçou que a luta pela redução da jornada vai além de questões ligadas à saúde: “Os trabalhadores(as) devem ter mais tempo para fazer uma formação profissional e ficar com a família”.
Fonte: STIMMMEC (com informações de Agência Brasil)