Em Niterói (RJ), categoria conquistou 9,83% de reajuste. E, enquanto trabalhadores em Criciúma (SC) e Amazonas iniciam as mobilizações, Joinville (SC) intensifica ações para fechar proposta

 

 

Mais de 115 mil metalúrgicos cutistas estão em campanha salarial. O Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas e Criciúma (SC) deram início a campanha na última semana. Já os trabalhadores de Joinville (SC), que tem data base de 1º de abril, estão com novas propostas e prestes a finalizar as negociações. No Niterói (RJ), categoria comemora reajuste de 9,83%.

 

 

Niterói (RJ)

 

 

 

Os metalúrgicos de Niterói (RJ) aprovaram por unanimidade o reajuste no salário de 9,83% (INPC integral) e aumento de 10% no vale alimentação, em assembleia realizada pelo Sindicato na noite de terça-feira (31). Os reajustes são retroativos a 1º de maio e já devem ser pagos no próximo salário. O índice foi alcançado após três rodadas de negociação.

 

 

O valor de 9,83% será aplicado para todos os trabalhadores com salários nominais até R$ 7.215,83. Quem ganha na faixa salarial entre R$ 7.215,84 e R$ 11.916,97 será reajustado em 9,33%. Já aqueles que ganham entre R$ 11.916,98 e R$ 14.104,37 terão o salário reajustado em 8,83%. E os salários compreendidos acima do valor de R$ 14.104,38 serão reajustados pelo valor fixo de R$ 1.534,98.

 

O tíquete alimentação também foi reajustado em 10%. Para o cartão ZERO ocorrências o tíquete será de R$ 479,00. Já no cartão convencional os trabalhadores receberão o valor de R$ 396,00 de tíquete alimentação. Os dois valores não são cumulativos.

 

Dois outros itens foram mantidos na Convenção Coletiva de Trabalho e merecem destaque. O auxílio creche terá o valor de R$ 298,74. O auxílio filho excepcional também foi mantido e as empresas filiadas ao Sindicato Patronal da Construção Naval (Sinaval) ressarcirão as despesas efetuadas com saúde e educação de filhos excepcionais de seus empregados, até o limite de R$ 417,35 por filho e por mês.

 

O presidente do Sindicato e secretário de Administração e Finanças da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Edson Rocha, destacou o momento econômico atual. “Mesmo com a crise que enfrentamos no setor naval conseguimos por mais um ano manter as conquistas e obter um índice que pelo menos reponha a inflação do período. Longe daquilo que planejamos para os trabalhadores. Mas, é uma importante conquista já que não tivemos perda salarial”, disse. “Estamos lutando pelo resgate do setor naval e a volta dos empregos. Vamos avançar mais e recuperar a nossa indústria forte”, conclui Rocha.

 
Criciúma (SC)

 

 

 

 

Já os metalúrgicos de Criciúma que trabalham no segmento de máquinas e equipamentos deram início à campanha salarial 2016 na última semana de maio. A primeira rodada de negociação está marcada para o início da próxima semana. A data-base da categoria é 1º de julho e, no total, 1.400 mil trabalhadores serão representados pelo Sindicato nas negociações. A principal reivindicação é a reposição integral da inflação, aumento real de 3% e participação nos lucros e/ou resultados (PLR). A pauta também contempla as cláusulas sociais, como fornecimento de refeições no local de trabalho, creche e jornada de trabalho 40 horas semanais.

 

 

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Criciúma, Francisco Pedro dos Santos, com o governo golpista no poder as campanhas salariais pelo país serão mais complicadas que as anteriores. “Sabemos das dificuldades que o Brasil está sofrendo, principalmente em relação ao desemprego. Mas vamos manter a luta e confiança para garantir boas negociações e não podemos aceitar retrocesso para a classe trabalhadora por conta deste governo ilegítimo”.

 

 

Amazonas

 

 

 

 

Já no Amazonas, a categoria fez o lançamento da campanha salarial no último dia 27 de maio. Com o slogan Avançar Sempre, a campanha deste ano é em defesa do reajuste salarial com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) integral, 3% de aumento real, produtividade, licença paternidade de 20 dias e o fim da terceirização. A data base da categoria é 1º de agosto.

 
Para a diretora do Sindicato e vice-presidenta da CNM/CUT, Catia Cheve, a campanha precisa da unidade dos 95 mil metalúrgicos do estado. “Iremos realizar assembleias de conscientização para mostrar que este momento não será fácil e teremos que nos unir contra o retrocesso”, afirmou.

 

 

Joinville

 

 

 

 

Os metalúrgicos de Joinville (SC) receberam nesta quarta-feira (1º) duas propostas do sindicato patronal. A primeira é reajuste de 5% referente à data-base (1ª de abril), 2,5% em agosto sem retroativo e abono de R$ 1.250, que serão pagos em uma vez até 10 de junho de 2016. A segunda proposta é reajuste de 9,91% dividido em quatro vezes, sendo 5% referente a 1ª de abril, 1,91% em julho, 1,5% em novembro e 1,5% em fevereiro de 2017 não retroativos. A assembleia com os trabalhadores será realizada neste sábado (4).

 

Para o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Joinville e diretor da CNM/CUT, Rodolfo de Ramos, está sendo a campanha salarial mais difícil ao longo de 13 anos como dirigente sindical. “A crise política e econômica complicaram as negociações com o patronal. Esta é a sétima rodada de negociações e os trabalhadores foram conscientes e não aceitaram as primeiras propostas. Até sábado vamos intensificar as assembleias nas portas de fábrica”, contou.

 

 

(Fonte: Assessoria de imprensa da CNM/CUT, com informações dos Sindicatos dos Metalúrgicos de Niterói e Amazonas)