#Notícias | 17/07/2015
Sindicato deve intensificar mobilizações na busca pelo reajuste
Prestes a fechar três meses de negociações, o dissídio dos metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita ainda está indefinido. Após sete encontros com a patronal, a proposta dos patrões continua girando em torno da inflação parcelada. Por sua vez, o sindicato defende a posição de que a reposição das perdas no salário dos trabalhadores é um direito adquirido e não deve ser parcelado. Uma nova reunião deve ocorrer na próxima segunda-feira, dia 20.
Em abril, o sindicato aprovou em assembleia a pauta que seria discutida durante as negociações do dissídio. Diferente da campanha de 2014, quando o único ponto a se discutir era o reajuste, neste ano a entidade precisa renovar as cláusulas da convenção coletiva de trabalho, além de debater temas como a adesão da alimentação saudável para os trabalhadores ou a elevação do teto do quinquênio e do abono aposentadoria. Avanços em benefícios como auxílio creche, cipa, cursos técnicos, garantia de emprego, aposentadoria especial e homologações de rescisões, também estão sendo abordados na campanha de 2015.
Mesmo com uma pauta organizada e clara, o sindicato vem encontrando dificuldades para negociar com a mesa patronal, que ao alegar viver em um ano de crise, acredita que os trabalhadores devem sacrificar seus salários. Reivindicando as perdas inflacionárias calculadas até maio/2015 (8,34%), mais um aumento real de 3%, a contraproposta recebida foi a do parcelamento da inflação em duas vezes: 4,5% em julho e o restante apenas em janeiro de 2016, sem conceder o retroativo aos trabalhadores.
A comissão que representa os trabalhadores considera a posição da patronal e a proposta apresentada um desrespeito à categoria. Parcelar a inflação e não considerar o retroativo, sendo este segundo os meses que os próprios empresários burocratizaram as negociações, representa um retrocesso.
Categoria enfrenta baixas propostas em diversas cidades
Não somente em Canoas e Nova Santa Rita, mas os metalúrgicos do Estado estão enfrentando mesas patronais duras e propostas sem cabimentos durante as negociações.
Em Porto Alegre, a categoria luta contra uma proposta que se quer alcança as perdas inflacionárias. Para piorar, a proposta da patronal chegou acompanhada do parcelamento, feito em duas vezes: 4,5% em julho de 2015 e o restante, para completar 7%, 6% ou 5% em janeiro de 2016.
Em Erechim, os trabalhadores de uma das maiores montadoras de ônibus do país, a Comil, cruzaram os braços contra a proposta dos patrões, que também não atinge se quer a inflação. Há cerca de três meses, os trabalhadores aceitaram uma proposta de redução de jornada e salários. Porém, no último mês, a produção da empresa voltou a crescer e os salários continuam 16% menores, denunciam os dirigentes sindicais.
Na região metropolitana de Porto Alegre, São Leopoldo enfrenta a esperteza dos empresários, que propõem acordos visando em troca a não interferência do Sindicato nas demissões dentro das empresas. Diferente do restante da categoria, os metalúrgicos da cidade tem data base fixada em julho, portanto, ainda dentro do prazo de negociações.
Fonte: STIMMMEC