#Notícias | 01/06/2015
União das categorias e apoio da população mostram viabilidade da Greve Geral
Em todas as regiões do país, milhares de metalúrgicos da CUT trocaram o início do expediente da sexta-feira, 29 de maio, pela luta. Eles atenderam à convocação da CUT e outras entidades do movimento social organizado e protestaram contra a terceirização ilimitada e escravizante, contra a redução ou retirada de direitos e contra o ajuste fiscal, medidas tomadas por um Congresso Nacional conservador e patronal, e um governo federal que coloca as finanças da União acima de tudo e, em vez de taxar as grandes fortunas e combater a sonegação empresarial, diminui despesas mexendo em importantes direitos previdenciários da classe trabalhadora.
No geral, as mobilizações foram ordeiras e pacíficas por parte dos manifestantes, e sem violência e repressão por parte das forças policiais. A participação de várias categorias, especialmente dos trabalhadores dos transportes públicos (ônibus, metrôs etc), que aderiram em peso nos grandes centros urbanos, garantiu o sucesso do Dia Nacional de Mobilizações e mostraram a viabilidade de uma futura greve geral.
A população apoiou as manifestações e, no geral, entendeu que as paralisações, bloqueios, marchas e outros atos públicos foram necessários para mostrar a insatisfação da classe trabalhadora.
MOBILIZAÇÕES
Aqui na base metalúrgica de Canoas e Nova Santa Rita, os metalúrgicos realizaram assembleia junto às empresas Agco, MWM e Midea Carrier. O volume de pessoas acabou paralisando parcial e temporariamente o trânsito na Av. Guilherme Schell.
Militantes petroleiros e rodoviários do Sindipetro realizaram ato público semelhante próximo à Refap/Petrobras, bloqueando parcialmente o acesso à estatal.
Em Nova Santa Rita, militantes do Sindipolo e Sindiconstrupolo também realizaram mobilizações junto à rodovia Tabaí-Canoas, próximo aos acessos ao Polo-petroquímico.
Em outras cidades, inclusive na capital, a chuva e o frio não impediram que mobilizações semelhantes fossem promovidas em pontos estratégicos nas primeiras horas da manhã.
“Com a gente, não tem essa de protestar no Facebook e bater panela vazia em bairro chique onde ninguém passa fome. Nosso protesto é nas ruas, tentando conscientizar a classe trabalhadora e a população de que, se nada for feito, os maiores prejudicados seremos nós, classe trabalhadora assalariada, desempregada e aposentada, e não aqueles que detém o poder econômico do país e choram de barriga cheia”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Paulo Chitolina.
No meio da manhã, os militantes da região metropolitana se concentraram em alguns locais em Porto Alegre, como a Praça Pinheiro Machado, a Rótula do Papa e o Largo Zumbi dos Palmares, de onde saíram em passeata até o Centro da cidade, onde se juntaram a partiram rumo ao Palácio Piratini.
Cerca de 10 mil manifestantes participaram dos protestos que, desta vez, foram dirigidos aos governos municipal e estadual, que, alegando crise, estagnaram investimentos e não atendem às reivindicações dos professores e demais servidores públicos, muitos dos quais em greve.
As mobilizações foram encerradas por volta das 14 horas com o grito de guerra que uniu ainda mais os participantes: “Contra o PL e o ajuste fiscal, o trabalhador vai fazer greve geral!”.
O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, fez uma avaliação positiva da mobilização feita no Estado para contrapor o maior ataque que a classe trabalhadora vem sofrendo desde a criação da CLT. “É esse o preço por termos o Congresso mais conservador da história. Mas, nós não vamos pagar essa conta. Se os nossos parlamentares não tomarem juízo, o Brasil vai parar”, garantiu.