#Notícias | 10/04/2015
Trabalhadores/as querem reposição da inflação, mais 3% de aumento real nos salários
Reunida em assembleia geral na noite da quinta-feira, 9 de abril, a categoria metalúrgica aprovou a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2015, contendo propostas de cláusulas salariais e alguns avanços em benefícios e direitos, que serão encaminhadas ao sindicato patronal para negociações.
Neste ano, a categoria quer a reposição da inflação (que hoje, segundo o INPC, está em 7,58% e pode ficar próxima dos 9% em maio), mais 3% de aumento real nos salários. O mesmo reajuste seria aplicado no piso salarial da categoria.
MAIS REIVINDICAÇÕES
A categoria quer debater e negociar com os patrões o efetivo funcionamento das comissões paritárias de saúde e a adoção da alimentação saudável, orgânica, sem agrotóxicos, produzida pela agricultura familiar, que mantém os trabalhadores no campo, sem a necessidade de virem para as cidades pra disputar as vagas urbanas de emprego. Também vai reivindicar a elevação do valor teto nos casos de quinquênio e de abono aposentadoria, e avanços em benefícios como o auxílio creche, cipa, cursos técnicos, garantia de emprego, aposentadoria especial e homologações de rescisões.
Por fim, para se adequar à realidade ou à atual legislação, a diretoria do sindicato vai reivindicar a modificação de algumas cláusulas da Convenção Coletiva, que tratam de temas importantes, como a antecipação de pagamento do auxílio previdenciário; a liberação do aviso prévio do trabalhador quando da obtenção de novo emprego; os acordos de compensação de dias, horas e feriados prolongados; os intervalos para repouso e alimentação; as faltas e atrasos justificados por conta de acompanhamento à consulta médica de filhos; e o fornecimento de cópias de exames e atestados de saúde ocupacional, entre outros.
CONJUNTURA
Embora a conjuntura econômica do país demonstre retração momentânea, já que há indícios de que o 2º semestre de 2015 será melhor, a maioria das empresas metalúrgicas, mecânicas, de material elétrico, máquinas e implementos agrícolas e de reparação de veículos de nossa base tiveram resultados satisfatórios em 2014 e, de uma forma geral, estão mantendo a produção em 2015. Isso e mais o fato de que não são os trabalhadores e trabalhadoras os responsáveis pela suposta crise alardeada por empresários e governos, enfim, pelo eventual insucesso de algumas empresas, a categoria metalúrgica entende que há espaço para a luta, a negociação e a busca de conquistas salariais e de benefícios.
“Neste caso, as mobilizações serão realizadas normalmente e serão fundamentais para a conquista de uma boa campanha salarial”, disse o presidente Paulo Chitolina durante a assembleia que aprovou a pauta de reivindicações. Ele lembrou também das lutas nacionais, como a que busca impedir que a terceirização se limites passe. “Temos que ficar com um olho no gato e outro no peixe. Ou seja, lutar lá em Brasília contra a retirada de direitos e lutar aqui pra fecharmos uma boa Convenção Coletiva”, disse.