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#Notícias | 12/03/2015

12/03/2015

 

Marcado para ocorrer um dia antes das mobilizações nacionais, o ato em defesa da Petrobras e dos direitos dos trabalhadores no Rio Grande do Sul ocorreu durante esta quinta-feira, 12. A antecipação ocorreu pelo fato das atividades dos camponeses que, desde terça-feira, acampam em Porto Alegre. Em uma manifestação que unificou diversas organizações sindicais e demais lideranças da classe trabalhadora, milhares se mobilizaram nas cidades de Canoas e Porto Alegre.

 

 

Dia começa com mobilização na Refap, em Canoas

 

 

Por volta das 6h30min, a Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT-RS), juntamente com seus sindicatos filiados, mobilizou os trabalhadores da Refap, em Canoas, com o objetivo de conscientizar os presentes sobre a importância dos companheiros que ali atuam para o crescimento do País.

 

O presidente do Sindipetro-RS, Fernando Maia, afirmou que os petroleiros defendem a  Petrobrás porque sabem a importância dela para a sociedade e desenvolvimento do país. “As pessoas que cometeram crimes, que sejam punidas. Mas não podem penalizar os 86 mil trabalhadores. Enquanto uma meia dúzia fica nos gabinetes desviando dinheiro e sujando a imagem da empresa, os trabalhadores estão cavando buracos no fundo do mar”. O petroleiro lembrou o interesse que há por trás da intensa campanha midiática sobre a corrupção da Petrobrás. “Não temos dúvida que há um interesse em privatizá-la. Que multinacional não gostaria de ter o lucro da Petrobrás?”, questionou Maia.

 

Durante sua fala, o Presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, enfatizou pontos importantes da luta da Central, além da defesa da Petrobras e dos direitos dos trabalhadores. Segundo contou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, muitos questionavam se os atos chamados para hoje e o dia 13 eram um contraponto ao dia 15. “Acho essa comparação absurda. Somos os movimentos sociais, temos história, pauta e conhecem a nossa cara. Não nascemos nas redes sociais, não somos anônimos. Pelas falas dessa turma, parece que a corrupção no país iniciou em 2002. Mas se não havia corrupção antes, onde foi para o dinheiro das empresas que foram privatizadas nos anos 90? Naquela época não tinha Prouni, Pronatec, Bolsa Família e outros programas que favoreceram os mais pobres”, declarou o dirigente.

 

Nespolo destacou a importância de uma reforma política para o avanço das reivindicações sociais e os perigos da grande mídia e do Congresso Nacional ao atuarem de forma conservadora e golpista em cima do governo e da população.

 

Trabalhadores da cidade e do campo foram fortemente representados pelos inúmeros grupos que se mobilizaram durante a manhã: MST, Via Campesina, servidores estaduais e municipais, sindicatos e políticos representantes de diversas categorias, DCEs, entre outros, marcaram presença na mobilização.

 

 

Marcha toma conta das ruas de Porto Alegre até o Palácio Piratini

 

 

Por volta das 10h, teve início a concentração do ato em Porto Alegre. Reunidos na tradicional praça Glênio Peres, em frente ao Mercado Público, lideranças discursaram e organizaram o movimento que seguiu em marcha até o Palácio Piratini, no centro da Capital.

 

 

A caminhada teve início às 12h, cobrindo a Avenida Borges de Medeiros com bandeiras, faixas, cartazes e cantos que se referiam, principalmente, às grandes empresas de comunicação e a manipulação da informação.

 

Estacionados em frente ao Palácio, debaixo do sol do meio dia, lideranças reforçaram a pauta de reivindicação dos trabalhadores, na tentativa de chamar a atenção do Governo do Estado para as demandas. Houve uma ação da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do RS (FETRAF-RS) em frente ao Palácio Piratini, onde agricultores familiares jogaram leite e milho na rua, para reivindicar do governo estadual a liberação de R$ 10 milhões, que estão nos cofres do estado desde outubro de 2014 e destinação desses para a compra de leite da agricultura familiar.

 

Parabenizando a união dos trabalhadores do campo e da cidade, da juventude e de diversos movimentos e sindicatos, o secretário nacional de Finanças da CUT, Quintino Severo, chamou atenção para o importante momento que o Brasil vive. “Temos clareza da nossa pauta e justamente por isso, não podemos confundir corrupção com desmonte do patrimônio brasileiro”, disse.

 

Severo destacou a delação premiada, aprovada no governo Dilma. “Se hoje, os corruptos estão sendo punidos é porque nós demos as condições legais para isso. Agora, está na hora de falarmos nos corruptores, nos donos das contas milionárias do HSBC”. Por fim, o cutista questionou quando os brasileiros que bateram panelas durante o pronunciamento da presidente, bateram panela pelo aumento do salário mínimo, pela valorização dos trabalhadores. “Não vamos aceitar nenhum tipo de golpe no projeto que estamos construindo desde as Diretas Já”, finalizou.

 

 

Democracia se faz nas ruas

 

João Pedro Stédile, que é fundador e coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em sua fala, convocou todos a ocupar as ruas durante este ano até que o conservadorismo e as pautas contra os trabalhadores sejam derrubados. Stédile ainda enfatizou as questões políticas do cenário nacional, como a derrota da direita durante as eleições de 2014 e a tentativa de controlar o Congresso por parte de muitos deputados que se posicionam contra o governo.

 

A respeito de uma reforma política, Stédile acredita que uma Assembleia Constituinte é a única saída democrática favorável ao povo: “a corrupção começou quando o primeiro capitalista europeu pisou no nosso país. Se o Congresso Nacional tivesse vergonha na cara, aprovaria o plebiscito por uma Constituinte Exclusiva”. Sugerindo que a Praça da Matriz mude de nome para praça da Democracia ou praça da Resistência Popular, o líder relembrou Leonel Brizola durante a campanha da legalidade: “Brizola iniciou a campanha da legalidade em 1961 nesta mesma praça, portanto, este é um espaço histórico, de lutas. E o que temos hoje é só o começo do joga da luta de classe porque democracia se faz nas ruas”.

 

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Fonte: Renata Machado (CUT-RS) e Rita Garrido (STIMMMEC)

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Publicado em:12/03/2015

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